Música + ônibus = distração total e absoluta.

Não da pra se falar em ônibus sem se falar em o quê se escutar no ônibus, tendo em vista meu movimento pendular de todo santo dia. Pra agüentar o percurso o elemento ‘distração’ não pode ser desconsiderado em tempo algum e, já que eu não sou muito de ficar ouvindo a conversa alheia nem de ficar puxando papo com os outros, a melhor forma de fazer com que o tempo passe mais rápido é enchendo meu mp3 com os meus hits preferidos. Nem sempre isso é suficiente, mas já quebra um galho.
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Além de distrair, o mp3 me livra de seres asquerosos como: pessoas que ouvem música no celular sem utilizar o fone de ouvido (malditos); senhorinhas com síndrome de comentarista: “minha filha, esse motorista quer colocar a cidade inteira nesse ônibus!”; senhorzinho tarado (prefiro não comentar); alunos baderneiros do Ensino Médio; motoristas do UEMA-IPASE que colocam o som do ônibus no volume máximo; e, às vezes, ele me livra até da minha tia-avó Loide que malignamente quase sempre vai comigo no ônibus (parece que ela advinha a hora que eu saio de casa).
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Opa, lá vem o ônibus. Ligo o mp3. Faço parada. Subo. Quase não subo. Lotado. Aperto geral. Primeira música: ‘Não vá se perder por aí’ dos Mutantes. Som malignamente baixo. Não da pra aumentar porque não consigo colocar a mão no bolso. Primeira música acaba, vem a segunda, a terceira, a quarta, sobe mais umas 10 pessoas (e eu achando que não cabia mais nem um prego), duas passam me encochando, tento desviar, alguém xinga o motorista até que ele enfim resolve não parar mais. Chego à constatação de que mesmo soltando do ferro de cima não iria cair porque não tinha onde cair por falta de espaço. Aproveito o momento ‘engarrafamento na Forquilha’ pra por a mão no bolso e aumentar o volume. Começa a tocar ‘Vô Imbolá” do Zeca Baleiro. O senhorzinho do meu lado olha com uma cara de ‘essa-menina-só-pode-ser-surda-ou-retardada’. Tocam mais umas 4 músicas até que enfim chego no terminal da Cohab. Desligo o mp3. Ufa! Saí do calor infernal do Ribamar-Terminal pra pegar Circular 1. Religo o mp3.
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Essa segunda etapa é o momento ‘aguente-que-vai-subir-um-monte-de-gente-querendo-vender-algo-ou-pregar’. Dito e feito. No terminal mesmo sobe um garoto vendendo canetas. Olho pra cara dele e o imagino cantando ‘Tem quem queira’ do Antônio Vieira. Fica engraçado. Esbocei um sorriso e moleque achou que estava dando mole. O pequeno vende duas canetas e desce no Angelim. Sossego? Que nada! Sobe outro pregando. Tentei me concentrar no que estava tocando. Começa ‘Anselmo’ do Luisa Mandou Um Beijo. Me empolgo com os primeiros acordes. Depois constato que eu estava com uma cara de empolgação desconcertante. Tento disfarçar. Acho que, tirando a guria que estava do meu lado, ninguém mais viu.
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Depois de um engarrafamento gigante no Cohafuma e de outro maior ainda no São Francisco, chego ao terminal da Praia Grande. Desligo o mp3.
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A fila do Campus é aquilo que todo muno conhece: “gigante pela própria natureza”. Vou lá pro final da fila (coisa que todo mundo deveria fazer). Dois Campus-Integração e dois especiais depois consigo pegar Campus. Pra variar: lotado. Fiquei na porta. Esse é o momento ‘adrenalina a mil’. Os motoristas do Campus se acham verdadeiros pilotos de formula um. Já saiu do terminal numa velocidade que quase me põe pra fora do ônibus. Tive que me segurar bem ainda na curva do Anel Viário e no retorno da UFMA. Isso tudo ao som de ‘Esquece e vai sorrir’ do Ludov, nada mais especifico pro momento. A maior parte do povo do ônibus desceu no CCH. Agora é só tranqüilidade... Ledo engano! Distraída ouvindo agora o ‘Frevo nº 1’ com a Maria Bethânia esqueço que existe uma curva diabólica antes do CCSo e dou com a cabeça no ferro da porta. Desço coçando a testa e desligando o mp3. Por hoje, ele já me atrapalhou o bastante.


*Por Carulhina

5 comentários por segundo:

Unknown disse...

Não haveria ninguém mais adequado pra estrear a série busologia que Carol Carulhina e seu tom digno-de-um-furicoonline. Continue ouvindo mp3 no bus que nós teremos diversão-mais-que-garantida aqui! rsrs

Seane Melo, Secoelho disse...

hauahauahauahuahauaa. Gingante pela própria natureza é? Ameiii!!

Só acho que tu tinha que ter falado um pouco mais sobre essa figura adorável que deve ser a tua tia-avó Loide!

Unknown disse...

Gigante pela própria natureza! kkkkkkkkkk
Adorei essa tbm!

Cara, vou contribuir com essa série! auhsuahsuahsauhs

Unknown disse...

Muito boa descrição...voltei no tempo!

Rick disse...

Maaassa! auhauhauhauha

Rí muuuito aqui desse texto! Fiquei lembrando meus tempos de ensino médio sofriiiidos no bus! Se pra ir 12:30 era ruim, pra voltar 18h.. Só muito amor a mamãe pra aguentar isso todo santo dia! ¬¬³

Parabéns pelo texto!

Flw..

http://arisdomar.blogspot.com