furico hits

1- Salmão Rosa
2- Rapidão
3- o CCH me deixa trelelé

4- Rapidão Remix
5 - Dread fake
6- Joga um kilo de açúcar nela

Bonus Track
Slow Motion RedaçãoI Drams
Nilson ta no Circo do Seu Zé!
Vozes no Corredor
Não meta o dedo onde não é chamado

Breve em qualquer lugar arejado e com céu em HD.

as cores da cidade em movimento

Há aproximadamente 4 anos, comecei a perceber o fascínio que as cores provocavam em mim. Anúncios, catálogos de roupas, revistas, estes eram os veículos pelos quais podia simplesmente apreciá-las, mesmo inconscientemente.

Acontece que as cores são tão comuns e tão facilmente absorvidas que a maioria das pessoas nem valoriza o potencial pedagógico delas. Ora, caros, não é à toa que cada Terminal de Integração tem uma cor, e consequentemente, que os ônibus também tem um identificação visual própria para os seus percursos. A importância disso talvez esteja implícita na estatística em que o Maranhão ocupa uma das mais altas posições: o analfabetismo. Assim, saber que o ônibus, por ser verde, uma hora ou outra, vai parar ou pelo menos passar no terminal da Cohab, é uma mão na roda para quem o letreiro luminoso não passa de um desenho engraçado (e que se mexe).

Mas a questão aqui não é exatamente a função social das cores nos ônibus, mas as significações que elas assumem... Perguntei para Carulhina: “O que o ônibus vermelho representa pra ti?”. A resposta não demorou um segundo. “Terminal da Cohama”, disse. Essa era a mesma resposta que eu escutava para a mesma pergunta, mas confesso que não me dei por satisfeita.

Porém, já era um começo:

Ônibus vermelho, Terminal da Cohama... “Vazio”, completou Carulhina. E o que mais? "Menos sujo, pessoas mais arrumadas e cadeiras com o estofado inteiro".

Ônibus Amarelo, esse é do balacubaco. É a cor do Tropical São Francisco, do Uema Ipase, ou seja, velocidade, emoção, desespero, motoristas loucos. E esses ônibus vão para a integração do São Cristóvão. Ah, essa era fácil! Amarelo significa o que? Energia, o que também serve para velocidade e que também serve para confusão. A cor também significa atenção, o que serve para os perigos: motoristas loucos, ônibus em péssimo estado (que comumente ficam no prego) e pessoas desvairadas. E para completar com chave de ouro, integração do São Cristóvão significa o que, Carol? “Ambulantes”, afirma com segurança.

Ônibus verde representa a integração da Cohab e do Cohatrac, porém, é quase impossível fazer uma associação das cores desses ônibus e a famosa tranqüilidade que as ondas da cor verde transmitem para o nosso olho. O terminal da Cohab está sempre lotado e parece ocupar o meio-termo entre a Cohama e o São Cristóvão, nem tão bom, nem tão ruim. Mas o sentimento de quem frenquenta o local, a meu ver, é a esperança. A esperança de pegar pelo menos o segundo ônibus, já que a fila está muito lotada.

Os ônibus azuis, pelo menos no meu campo de visão, são os menos freqüentes. E não tem nada a ver com aquelas idéias de azul como frio ou tranqüilo. Os ônibus que vão para aquela integração que nem sequer sei o nome, como o clássico Quebra Pote, representam distância. Assim, como o céu.

A primeira integração, a matriarca de todas, Integração da Praia Grande, bem, esta é moleza. Junte várias cores e o que você tem é a aquarela dos meios de transporte público do Maranhão.


*Por Secoelho

a guerreira e o Circo

Na última quarta-feira, 22, eu estava a caminho da UFMA. Ao passar no Aterro do Bacanga, percebi que havia alguns carros e caminhões estacionados naquele local: um circo chegara na cidade; ele não é novo, apenas não vinha a São Luís há um bom tempo.

Pois é, assim como o circo se estabelecera na “Ilha Rebelde”, o Circo voltara a atuar no nosso estado. Muitos pensavam que eles não voltariam, mas como uma fênix, ressurgiram mais uma vez.

A guerreira voltou. Não tão forte (ou bonita) como quando assumira o governo pela primeira vez, em 1994. Mas voltou com desejo de fazer, assim como dissera naquela época, “o melhor para o povo”.

A Justiça afirma que cumpriu justiça ao cassar o mandato do ex-governador Jackson Lago e dar a vaga à senadora Roseana Sarney Murad. Não quero dizer que cassar o mandato de alguém que burla as leis eleitorais é errado. Mas em um país chamado Brasil, a compra de voto não é algo tão distante e difícil de se ver. Desde o início da “República” isto vem acontecendo.

Como todo “interiorano”, cresci vendo o despejamento de dinheiro nos lugares que morei. Às vezes, eram cinco, dez reais, ou simplesmente a passagem do eleitor, a dentadura de outrem e assim vai. Agora, a maior justificativa do grupo Sarney é a mais usada pelo mesmo em 40 anos de governo no Maranhão. A Justiça age tal como o mestre Jesus falou: “Coais um mosquito e engolis um camelo!”.

E o grupo voltou fortalecido graças à falta de maturidade e senso de Lago nesses dois anos de mandato. Os maiores cargos foram dados a quem se dedicou à volta da guerreira. O cunhado Ricardo Murad, aquele que dizia ser inimigo da guerreira, é o novo secretário de Saúde. Para a Secretaria de Trabalho, o ex-adversário José Antonio Heluy (PT). E para finalizar com chave de ouro, o representante do Maranhão em Brasília é Chiquinho Escórcio. Não sabe quem é ele? Vou refrescar tua memória: ex-assessor de Renan Calheiros (PMDB-AL) e acusado de araponga, em 2007, ao tentar espionar os senadores Marconni Perillo (PSDB-GO) e Demóstenes Torres (DEM-GO).

A lista continua: Tadeu Palácio é o novo secretário de Turismo. Isto mesmo, o ex-prefeito e ex-amigo de Jackson agora é secretário de Roseana. Quem diria que o jovem médico, que surgiu na política graças a Jackson e dizia querer libertar o Maranhão do grupo Sarney, mudaria de lado.

O golpe de misericórdia foi a escolha da nova Secretária de assuntos da Mulher: Paulinha Lobão, que o próprio nome já diz tudo tudo, vai comandar “algo mais” no governo. A apresentadora de um programa riquíssimo em cultura é nora do ministro de Minas e Energia, Édson Lobão e mulher do senador Edinho Lobão (PMDB), donos do Sistema Difusora. Só assim o governo terá apoio dos dois maiores grupos de comunicação do Estado.

A guerreira voltou. E parece que, assim como canta o rei Roberto Carlos, é pra ficar: “Eu voltei, agora pra ficar, pois aqui, aqui é meu lugar!”


*Por Eduardo [Rimador] Oliveira

por que não existe mais adrenalina?

Eu me lembro muito bem. Acho que eu estava na 6ª série, quando ia com mamãe no Centro pagar as contas gerais de água, luz e telefone. Pra mim, esse era o momento mais esperado do mês.
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Saía alegre e sorridente em busca do velho e bom Maiobão L1 – João Paulo/S. Fco. e depois de tenebrosos 45 minutos e mais alguns minutinhos no Centro, depois de comer a gigante bomba do China na Rua Grande, era o momento de voltar. E era aí que tava a emoção.

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Lá vamos nós, esquina da Caixa Econômica, Rua Rio Branco... lá vem chegando a praça Gonçalves Dias, é agora! O ônibus está dobrando e... Uhuuuuu.... Nossa essa descida foi Mara! Bons tempos aqueles em que eu nem precisa do parque Diversões Bola de Ouro pra sentir tanta emoção.

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Assim também era quando chegava próximo ao Socorrão I. Infelizmente, a deformação do asfalto e os buracos não permitem mais tanta emoção. Como não somos providos de parques aquáticos e outros temáticos, o jeito é esperar pela próxima vez que o parque vier pro Viva Maiobão.

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Enquanto isso me divirto na fila do 311 Campus... grandes emoções, vô ou não vô! Eis a questão!

*Por Clis

Ps.: Texto com sua gênese em uma conversa com Carulhina no ônibus logo depois de não sentir a emoção da descida.

Impressões da minha vida sobre certos ônibus

Estava eu no meu São Bernardo/João de Deus, com o meu cel descarregado, sem poder escutar música e de pé, a felicidade tomava conta do ser, afinal esperei por 40 minutos e quando veio ainda era alvorada, que é o que dá mil voltas no mundo e não me deixa na porta de casa. Mas nem isso afetou minha imaginação prodigiosa e nem minha memória, comecei a lembrar da minha infância em que ir na esquina era uma aventura, e quando estudava no João Paulo ir ao centro, idem. Como não tinha a menor idéia sobre alguns lugares da nossa imensa cidade, deixava tudo na imaginação:

Vila Esperança: eu pensava que ônibus vinha do SBT e levava as pessoas pro programa vila esperança, lembram?

Cajupe: Lá as pessoas só comiam caju e todas as árvores eram cajueiros.

Cujupe: esquece...

Forquilha: primeiro pensava que era um bloco de carnaval depois comecei a pensar, tem uma linha de ônibus só pro retorno da forquilha? Depois eu descobri que era um bairro...

Cantinho do céu: imaginava um lugar cheio de flores, de paz, harmonia, moradores felizes e sorridentes.

Liberdade: pensava que era um bairro só de ex-escravos, que passavam o dia todo festejando.

Pau deitado: não, não pensei besteira, eu achava que lá era um lugar cheio de lama e por isso era cheio de? Pau deitado!

Maracanã: adivinha! E quando passava pelo castelão ainda pensava: ele não vai parar não?

Cohab: na verdade era circular, eu pensava que o ponto final era na casa do netinho. Daí as pessoas ficavam cantando: “vai ficar legal pagode na cohab no maior astral”.

Cema/Detram: pensava que era o ônibus fiscalizador dos outros ônibus.

Qualquer coisa/Ipase: eeerr, até hoje não sei onde fica o Ipase...


*Por Mila Morais

Música + ônibus = distração total e absoluta.

Não da pra se falar em ônibus sem se falar em o quê se escutar no ônibus, tendo em vista meu movimento pendular de todo santo dia. Pra agüentar o percurso o elemento ‘distração’ não pode ser desconsiderado em tempo algum e, já que eu não sou muito de ficar ouvindo a conversa alheia nem de ficar puxando papo com os outros, a melhor forma de fazer com que o tempo passe mais rápido é enchendo meu mp3 com os meus hits preferidos. Nem sempre isso é suficiente, mas já quebra um galho.
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Além de distrair, o mp3 me livra de seres asquerosos como: pessoas que ouvem música no celular sem utilizar o fone de ouvido (malditos); senhorinhas com síndrome de comentarista: “minha filha, esse motorista quer colocar a cidade inteira nesse ônibus!”; senhorzinho tarado (prefiro não comentar); alunos baderneiros do Ensino Médio; motoristas do UEMA-IPASE que colocam o som do ônibus no volume máximo; e, às vezes, ele me livra até da minha tia-avó Loide que malignamente quase sempre vai comigo no ônibus (parece que ela advinha a hora que eu saio de casa).
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Opa, lá vem o ônibus. Ligo o mp3. Faço parada. Subo. Quase não subo. Lotado. Aperto geral. Primeira música: ‘Não vá se perder por aí’ dos Mutantes. Som malignamente baixo. Não da pra aumentar porque não consigo colocar a mão no bolso. Primeira música acaba, vem a segunda, a terceira, a quarta, sobe mais umas 10 pessoas (e eu achando que não cabia mais nem um prego), duas passam me encochando, tento desviar, alguém xinga o motorista até que ele enfim resolve não parar mais. Chego à constatação de que mesmo soltando do ferro de cima não iria cair porque não tinha onde cair por falta de espaço. Aproveito o momento ‘engarrafamento na Forquilha’ pra por a mão no bolso e aumentar o volume. Começa a tocar ‘Vô Imbolá” do Zeca Baleiro. O senhorzinho do meu lado olha com uma cara de ‘essa-menina-só-pode-ser-surda-ou-retardada’. Tocam mais umas 4 músicas até que enfim chego no terminal da Cohab. Desligo o mp3. Ufa! Saí do calor infernal do Ribamar-Terminal pra pegar Circular 1. Religo o mp3.
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Essa segunda etapa é o momento ‘aguente-que-vai-subir-um-monte-de-gente-querendo-vender-algo-ou-pregar’. Dito e feito. No terminal mesmo sobe um garoto vendendo canetas. Olho pra cara dele e o imagino cantando ‘Tem quem queira’ do Antônio Vieira. Fica engraçado. Esbocei um sorriso e moleque achou que estava dando mole. O pequeno vende duas canetas e desce no Angelim. Sossego? Que nada! Sobe outro pregando. Tentei me concentrar no que estava tocando. Começa ‘Anselmo’ do Luisa Mandou Um Beijo. Me empolgo com os primeiros acordes. Depois constato que eu estava com uma cara de empolgação desconcertante. Tento disfarçar. Acho que, tirando a guria que estava do meu lado, ninguém mais viu.
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Depois de um engarrafamento gigante no Cohafuma e de outro maior ainda no São Francisco, chego ao terminal da Praia Grande. Desligo o mp3.
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A fila do Campus é aquilo que todo muno conhece: “gigante pela própria natureza”. Vou lá pro final da fila (coisa que todo mundo deveria fazer). Dois Campus-Integração e dois especiais depois consigo pegar Campus. Pra variar: lotado. Fiquei na porta. Esse é o momento ‘adrenalina a mil’. Os motoristas do Campus se acham verdadeiros pilotos de formula um. Já saiu do terminal numa velocidade que quase me põe pra fora do ônibus. Tive que me segurar bem ainda na curva do Anel Viário e no retorno da UFMA. Isso tudo ao som de ‘Esquece e vai sorrir’ do Ludov, nada mais especifico pro momento. A maior parte do povo do ônibus desceu no CCH. Agora é só tranqüilidade... Ledo engano! Distraída ouvindo agora o ‘Frevo nº 1’ com a Maria Bethânia esqueço que existe uma curva diabólica antes do CCSo e dou com a cabeça no ferro da porta. Desço coçando a testa e desligando o mp3. Por hoje, ele já me atrapalhou o bastante.


*Por Carulhina

série busologia

É com o tradicional misto de apreensão, sufoco, alegria, gentileza, honestidade, malemolência, paz, amor, sal e tempero seco que nós do furicoOnline temos a honra de apresentar a mais nova série 'Busologia' (não vovó, não é Biologia!). Aí você pergunta: 'quediabéisso?'. Simples: é uma série em que nossos gentis, sagazes, preguiçosos, astutos, malemolentes, e por que não dizer bebezinhosoxemãe, criaram para divertir os mais entediados com nossas histórias de ônibus. Agora leia o texto de cima que já começou a bagaça!