Quando a inocência que quebra barreiras


Mesmo passados 60 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial, temas como o Holocausto e o nacionalismo ainda são bastante discutidos, geralmente de forma sisuda e chocante evidenciado com cores fortes a realidade dos judeus e a crueldade dos nazistas. John Boyne, escritor irlandês, mesmo não tendo em sua memória vivos os horrores desse período, descreve com simplicidade em O Menino do Pijama Listrado a história de Bruno, um garoto de nove anos filho de um comandante nazista que, devido ao trabalho do pai e às ordens do Fúria (Hitler), precisa mudar-se de Berlim e ir morar em Haja-Vista (Auschwitz).

A princípio, Bruno reluta em aceitar aquela realidade. Os meses passam e o garotinho, assim como sua mãe e Gretel, sua irmã, começam a se adaptar a Haja-Vista. A ligação com o lugar se torna mais forte quando Bruno descobre que do outro lado da cerca moram centenas de pessoas que passam o dia inteiro com pijamas listrados. Em uma de suas explorações perto da cerca, o garoto conhece Shmuel, um menino que, assim como Bruno, tem nove anos. É o início de uma grande amizade.

Diferente de outras leituras sobre esse período onde geralmente o horror pulsa vivamente, na obra de John Boyne a inocência é a pedra de toque. A ingenuidade e a falta de conhecimento do que realmente se passava daquela época acabam quebrando as barreiras que poderiam existir impedindo a amizade de dois garotos que, em tese, pertenciam a mundos opostos. Mesmo marcado pela simplicidade da linguagem – por ser retratado através das lentes de um garoto de nove anos – O menino do Pijama Listrado não deixa de ser intenso e perturbador.

O Menino do Pijama Listrado (Companhia das Letras, 2007, 186 págs.).

*Por Carulhina

3 comentários por segundo:

Chris Limão disse...

ÉHHHHH
ÁHHHHH
ÉAHHHHH
by: Ferreira Jr...

Mto bem senhorita... aprendeu diretinho... ohtimo texto...

Carolina disse...

nota 10 seu clis?

Camila Chaves disse...

quando li e vi pela primeira vez a página de "o menino de pijama listrado" me subiu pela pele um toque leve de inocência e simplicidade. algo me fez lembrar também "a menina que roubava livros". ainda não tive como o ler, embora a vontade tenha sido no corpo todinho. rs. depois desse texto, então... abraços à redação d'o furico online! (=