memórias futebolísticas

Em 2009, o Brasil comemorará os 14 anos do Tetracampeonato Mundial de Futebol. Eu tinha 6 anos e torcia pelo time de amarelo porque todo mundo tava de verde e amarelo. Eu só queria saber por que tava demorando tanto pra acabar. Eu queria saber também por que todo mundo ficou tão preocupado quando o jogo acabou e mesmo assim os jogadores continuaram no campo. “Mãe, por que eles tão rezando?”, “mãe, por que eles tão se enchendo de água?”, “mãe, porque eles tão balançando as pernas?”. Era a hora dos pênaltis.
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Em meio a gritos de “vai errar, vai errar, vai errar” alternados pelo coro de “gol, gol, gol, gol”, eu andava pela varanda sacudindo uma bandeira do Brasil imaginando sei lá o quê, mas comemorando os acertos amarelos. A única cobrança que realmente prestei atenção foi a última. Alguém disse: “É agora!”. Corri até a torcida organizada na varanda – que agora gritava: “vai Taffarel! Vai que é tua!” – sentei no colo do meu pai e ele disse pertinho do meu ouvido bem baixinho “Se ele errar é o Brasil é tetra”. Eu me encolhi, fechei as mãos perto da boca.

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O moço de camisa azul, shorts branco e com rabinho de cavalo ajeitou a bola no pedacinho branco redondo perto da trave e eu suspirei. Ele tomou distância e eu prendi a respiração. Ele correu e... errou e eu pulei do colo (ou fui jogada, sei lá).
O moço de camisa azul baixou a cabeça, colocou as mãos na cintura e ficou lá parado. Nesse momento todos gritavam “é teeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeetrrraaaaaaaaaaaaaaaaa, porra”.

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Tre o que, pai?”.

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Tava todo mundo comemorando, comemorei também. Tava todo mundo pulando pulei também. Sacudi desesperadamente o que restava da bandeira. Tocava a música do Airton Sena, todo mundo falava ao mesmo tempo, uns choravam, outros se abraçavam, os jogadores de amarelo também se abraçavam, meu pai me abraçava, alguns azuis davam tapinhas nas costas do moço que jogou a bola longe...

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O moço da camisa azul e com radinho de cavalo foi minha primeira imagem do fracasso. “Coitado dele! Ele vai voltar pra Itália, pai?”.

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“É TEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEETRRRRRRAAAAAAAAAAAAAA, PORRA”. Foi só isso que ouvi durante o resto do dia.

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Ele voltou pra Itália e viu, 12 anos depois, a Itália ganhar seu Teeeeeeeeetra em cima da França (nos pênaltis também). A imagem mais marcante da conquista italiana de 2006 não foi a cabeçada do Zidane no Materazzi, não: foi o povo de azul cortando o rabinho de cavalo do Camoranesi no pedacinho branco redondo perto da trave. O que será que passou pela cabeça do Baggio nessa hora, hein?


http://www.youtube.com/watch?v=UAMMY7wYLvU

*Por Carulhina

Olha ela aí gente!!!!

Gente, esta é a tão comentada "camisa-que-nunca-saiu-do-papel". Criemos vergonha e façamos a camisa antes de nosso dead line universitário

Eu quero a camisa

O furico.Online surgiu como uma forma de tornar mais freqüente as manifestações do Furico Mundial, veículo impresso produzido por alunos da Universidade Federal do Maranhão. O furico foi “descoberto” – visto que não se cria – por volta do final de 2006 e começo de 2007 e, de cara, foi um sucesso de tiragem na sala. Piadinhas internas sobre figuras pitorescas da sala e da comunidade acadêmica (leia-se professores) eram os carros-chefes do impresso.

O tempo foi correndo e, já no quinto período, resolvemos tirar o furico.Online do papel e colocar a mão no teclado. Muitas horas de acordo e muitos planos nos fizeram rolar de rir nos três bancos que revezávamos ao lado do Laboratório de jornalismo impresso. Ao fim de cada conversa, a certeza: agora vai!¹

Hoje, conversando com a maior colaboradora do blog, reclamei mais uma vez da apatia da maioria dos outros colaboradores. “Pow, Carol, cadê a nossa camisa?”, perguntei sobre o modelo já pronto e, como outras idéias, esquecido.

Empolguei-me na história da camisa. Na verdade, acredito mesmo que é isso que falta na nossa equipe e no nosso Curso de Jornalismo. Não uma camisa 100% algodão. Mas a vontade de vestir a camisa, ou, até mesmo, de querer a camisa.

EU QUERO A CAMISA! ESSE FURICO É MEU!

*Por Secoelho

¹Neste caso, a expressão pode ser lida ao pé da letra, sem associações ao malfadado tema do atual prefeito de São Luís.

Clic

Bem gente, essa é uma foto do II Encontro Regional Sua Aldeia no Planeta realizado pela Revista da Imprensa que contou com a participação dos ilustres colaboradores desse blog genial!

Da esquerda pra direita: Carulhina, Eduardo Rimador, Marilu Cabañas (que pediu que tirássemos uma foto com ela para que a mesma pudesse colocar no álbum "Grandes Jornalistas" em seu orkut), Paola e Secoelho.